sexta-feira, 3 de setembro de 2010

137. Quando sou curado, não sou curado sozinho.


A idéia de hoje continua sendo o pensamento central em que se baseia a salvação. Pois a cura é o oposto de todas as idéias do mundo que se fixam na doença e em estados separados. A doença é um afastamento dos outros, um fechamento contra a união. Vem a ser uma porta que se fecha sobre um ser separado e o mantém isolado e sozinho.

A doença é isolamento. Parece manter um ser à parte de todos os demais para sofrer o que os outros não sentem. Dá ao corpo o poder final para fazer com que a separação seja real e manter a mente em uma prisão solitária, dividida ao meio e mantida em pedaços por uma sólida parede de carne doente que ela não pode superar.

O mundo obedece às leis que a doença serve, mas a cura opera à parte delas. É impossível que alguém seja curado sozinho. Na doença a pessoa tem que estar à parte e separada. Mas a cura é a própria decisão de ser uno novamente e de aceitar o próprio Ser com todas as Suas partes intactas e incólumes. Na doença, o Ser parece estar desmembrado e sem a unidade que Lhe dá vida.

Mas a cura é realizada quando a pessoa vê que o corpo não tem poder de atacar a unicidade
universal do Filho de Deus.


A doença quer provar que as mentiras têm que ser a verdade. Mas a cura demonstra que a verdade é verdadeira. A separação que a doença quer impor nunca ocorreu realmente. Ser curado é apenas aceitar o que sempre foi a simples verdade e sempre permanecerá exatamente tal como sempre foi.

No entanto, é necessário mostrar aos olhos acostumados às ilusões que o que contemplam é falso.

Assim a cura, que nunca foi necessária à verdade, tem que demonstrar que a doença não é real.

Portanto, a cura poderia ser chamada de um “contra-sonho” que cancela o sonho da doença em nome da verdade, mas não na verdade em si mesma. Assim como o perdão não vê todos pecados que nunca foram cometidos, a cura apenas remove as ilusões que nunca ocorreram. Assim como o mundo real surgirá para ocupar o lugar daquilo que absolutamente foi, a cura apenas oferece uma reparação pelos estados imaginários e as falsas idéias que os sonhos bordam em retratos da verdade.

Mas não penses que a cura não seja digna da tua função aqui. Pois o anticristo passa a ser mais poderoso do que o Cristo para aqueles que sonham que o mundo é real. O corpo parece mais sólido e mais estável do que a mente. E o amor vem a ser um sonho, enquanto o medo permanece a única realidade que pode ser vista, justificada e inteiramente compreendida.

Da mesma forma que o perdão ofusca todo pecado e o mundo real virá a ocupar o lugar do que fizeste, a cura tem que substituir as fantasias de doenças que manténs diante da simples verdade. Quando se tiver visto que a doença desapareceu, apesar de todas as leis que asseguram que ela não pode deixar de ser real, as perguntas terão sido respondidas. E as leis não mais poderão ser apreciadas nem obedecidas.

A cura é liberdade. Demonstra que os sonhos não prevalecerão contra a vontade.

A cura é compartilhada. E, por esse atributo, prova que as leis que não são como aquelas que asseveram que a doença é inevitável são mais poderosas do que os seus opostos doentios.

A cura é força.

Pela sua mão gentil a fraqueza é superada e as mentes que se achavam emparedadas no interior de um corpo são postas em liberdade para unirem-se a outras mentes e para serem eternamente
fortes.

A cura, o perdão e a feliz troca de todo o mundo de pesares por um mundo em que a tristeza não pode entrar, são os meios pelos quais o Espírito Santo te pede insistentemente para que O sigas.

As Suas lições gentis ensinam com que facilidade a salvação pode ser tua, quão pouca prática precisas empreender para deixar que as Suas leis substituam aquelas que fizeste para continuares sendo um prisioneiro da morte. A Sua vida vem a ser a tua assim que tu Lhe estendes a pouca ajuda que Ele pede para libertar-te de tudo o que jamais te causou dor.

E, ao te deixares curar, vês todos aqueles ataques à tua volta ou aqueles que passam pela tua mente ou aqueles em quem tocas ou com quem pareces não ter contato, todos curados junto contigo.

Talvez não os reconheças a todos, nem te dês conta do quanto é grande o teu oferecimento ao mundo inteiro, quando deixas a cura vir a ti. Mas nunca és curado sozinho. E legiões e legiões receberão a dádiva que recebes quando és curado.

Aqueles que são curados vêm a ser os instrumentos da cura. E nenhum tempo passa entre o instante em que são curados e o instante em que toda a graça da cura lhes é dada para dar.

Aquilo que se opõe a Deus não existe e aquele que não aceita isso em sua mente vem a ser o porto aonde os fatigados podem permanecer para descansar. Pois aqui a verdade lhes é concedida e todas as ilusões são trazidas à verdade.

Tu não oferecerias abrigo à Vontade de Deus? Com isso apenas convidas o teu Ser a estar em casa.

E pode esse convite ser recusado? Pede que o inevitável aconteça e nunca falharás.

A outra escolha é apenas a de pedir ao que não pode ser para que seja e isso não pode ter sucesso. Hoje, pedimos que só a verdade venha a ocupar as nossas mentes, que nesse dia os pensamentos de cura passem daquilo que está curado àquilo que ainda precisa sê-lo, cientes de que ambas as coisas ocorrerão como uma só.

Lembrar-nos-emos, ao soar de cada hora, de que a nossa função é a de deixar que as nossas mentes sejam curadas para que possamos levar a cura ao mundo, trocando a maldição pela bênção, a dor pela alegria e a separação pela paz de Deus.

Não vale a pena dar um minuto de cada hora para receber uma dádiva como essa? Um pouco de tempo não é um custo pequeno a ser oferecido pela dádiva de tudo?

Entretanto, é necessário que estejamos preparados para tal dádiva. Assim, iniciaremos o dia com isso, dando dez minutos a esses pensamentos, com os quais também concluiremos à noite:

Quando sou curado, não sou curado sozinho. E quero compartilhar minha cura com o mundo para que a doença possa ser banida da mente do Filho único de Deus, que é o meu único Ser.

Permite que a cura se dê através de ti nesse dia mesmo. E enquanto descansas em quietude, estejas preparado para dar assim como recebes, para só guardar o que dás e receber o Verbo de Deus para que ele tome o lugar de todos os tolos pensamentos que jamais foram imaginados.

Nós nos reunimos agora para fazer com que tudo que estava doente fique bom e para oferecer a bênção aonde havia ataque. E tampouco deixaremos que essa função seja esquecida à medida em
que passa cada hora do dia, lembrando-nos do nosso propósito com esse pensamento:

Quando sou curado, não sou curado sozinho. E quero abençoar os meus irmãos, pois quero ser curado com eles assim como são curados comigo.

136. A doença é uma defesa contra a verdade.


Ninguém pode curar a menos que compreenda a que propósito a doença parece servir. Pois só então compreende também que o seu propósito não tem significado. Não tendo causa ou qualquer intenção significativa, a doença não pode existir de forma alguma. Uma vez que isso é visto, a cura é automática. Ela dissipa essa ilusão sem significado pelo mesmo enfoque com que leva todas as ilusões à verdade e simplesmente as deixa lá para que desapareçam.

A doença não é um acidente. Como todas as defesas, é mais um instrumento insano para o auto-engano. E como todas as demais, o seu propósito é esconder a realidade, atacá-la, modificá-la, torná-la inepta, deturpá-la, distorcê-la ou reduzi-la a uma pequena pilha de partes desagrupadas. O objetivo de todas as defesas é o de impedir que a verdade seja íntegra.

As partes são vistas como se cada uma fosse íntegra dentro de si mesma.

As defesas não são involuntárias, nem são feitas sem consciência. São varas de condão mágicas e secretas que manipulas quando a verdade parece ameaçar aquilo em que queres acreditar.

Só parecem ser inconscientes por causa da rapidez com que escolhes usá-las. Naquele segundo, ou até menos, em que a escolha é feita, reconheces exatamente o que queres tentar fazer e passas, então, a pensar que já está feito.

Quem mais, senão tu mesmo, avalia a ameaça, decide que é necessário escapar e estabelece uma série de defesas para reduzir a ameaça que foi julgada real? Tudo isso não pode ser feito inconscientemente. Mas depois o teu plano requer que esqueças que foste tu que o fizeste, de modo que ele pareça estar fora da tua própria intenção, um acontecimento além do teu estado mental, um resultado com efeitos reais sobre ti, ao invés de efetuado por ti mesmo.

É esse rápido esquecimento do papel que desempenhas em fazer a tua “realidade” que faz com que as defesas pareçam estar além do teu próprio controle. Mas o que tens esquecido pode ser lembrado, se estiveres disposto a reconsiderar a decisão duplamente oculta pelo esquecimento.

Não lembrar-te disso é apenas um sinal de que essa decisão ainda está em vigor no que concerne aos teus desejos. Não te equivoques a esse respeito, tomando isso por fato. As defesas não podem
deixar de fazer com que os fatos sejam irreconhecíveis. É o seu objetivo ao fazer isso e é o que fazem.

Toda defesa toma os fragmentos do todo, reúne-os sem considerar todos os seus relacionamentos verdadeiros e assim constrói ilusões de um todo que não existe. É esse processo que constitui a ameaça e não qualquer resultado que possa vir em decorrência. Quando as partes são arrancadas do todo, vistas como separadas e íntegras em si mesmas, vêm a ser símbolos que representam o ataque ao todo; seu efeito é bem-sucedido e elas jamais serão vistas como um todo novamente.

E, no entanto, tu esqueceste que representam apenas a tua própria decisão do que deveria ser real para tomar o lugar do que é real.

A doença é uma decisão. Não é uma coisa que te acontece, que absolutamente não buscaste, que faz com que fiques fraco e te traz sofrimento. É uma escolha que fazes, um plano que traças quando por um instante a verdade surge na tua mente iludida e todo o teu mundo parece vacilar e se preparar para cair. Agora estás doente, para que a verdade possa ir embora e parar de ameaçar aquilo que estabeleceste.

Como pensas que a doença pode ter sucesso em proteger-te da verdade? Porque ela prova que o corpo não é separado de ti e assim tens que estar separado da verdade. Sofres dor porque o corpo sofre e nessa dor te fazes um com ele. Assim, a tua “verdadeira” identidade é preservada e o estranho pensamento que te persegue de que possas ser algo além desse pequeno monte de pó é silenciado e pára. Pois vejas, esse pó pode fazer-te sofrer, torcer os teus membros e parar o teu coração, ordenando-te que morras e deixes de ser.

Assim o corpo é mais forte do que a verdade que te pede que vivas, mas que não pode superar a tua escolha de morrer. E, desse modo, o corpo é mais poderoso do que a vida eterna, o Céu mais frágil do que o inferno e ao desígnio de Deus para a salvação do Seu Filho se opõe uma decisão mais forte do que a Sua Vontade. O Filho de Deus é pó, o Pai incompleto e o caos senta-se em triunfo no trono de Deus.

Tal é o teu plano para a tua própria defesa. E acreditas que o Céu recua diante de ataques loucos como esses, que Deus se torna cego pelas tuas ilusões, que a verdade é transformada em mentiras e que todo o universo é feito escravo de leis que as tuas defesas querem lhe impor.

Mas quem acredita em ilusões, senão aquele que as inventou? Quem mais pode vê-las e reagir a elas como se fossem a verdade?

Deus desconhece os teus planos para mudar a Sua Vontade. O universo continua a não ver as leis com as quais pensavas governá-lo. E o Céu não se curvou ao inferno, nem a vida à morte.

Tu só podes escolher pensar que morres, sofres doenças ou deturpas a verdade de qualquer forma que seja. O que foi criado está à parte de tudo. Defesas são planos para derrotar o que não pode ser atacado. O que é inalterável não pode mudar. E o que é totalmente impecável não pode pecar.

Tal é a simples verdade. Ela não faz apelos para o poder ou para o triunfo. Não ordena a obediência, nem busca provar quão deploráveis e fúteis são as tuas tentativas de planejar defesas que querem alterá-la. A verdade quer apenas te dar felicidade, pois tal é o teu propósito. Talvez ela suspire um pouco quando jogas fora as suas dádivas, mas sabe, com
perfeita certeza que aquilo que é a Vontade de Deus para ti tem que ser recebido.

É esse fato que demonstra que o tempo é uma ilusão. Pois o tempo permite que penses que o que Deus tem te dado não é a verdade agora, como tem que ser. Os Pensamentos de Deus estão bem à parte do tempo. Pois o tempo não passa de mais uma defesa sem sentido que fizeste contra a verdade. No entanto, o que é a Sua Vontade está aqui e tu permaneces tal como Ele te criou.

A verdade tem um poder que vai muito além das defesas, pois nenhuma ilusão pode permanecer onde foi permitido à verdade entrar. E ela vem a cada mente que queira abaixar as armas e parar de brincar com a loucura. Ela pode ser encontrada em qualquer momento, hoje, se escolheres praticar dar boas vindas à verdade.

Esse é o nosso objetivo hoje. E daremos duas vezes quinze minutos para pedir à verdade que venha a nós e nos liberte. E a verdade virá, pois nunca esteve à parte de nós. Ela espera apenas por esse convite que lhe fazemos hoje. Nos a introduzimos através de uma prece de cura, para que nos ajude a erguermo-nos acima da defensividade e deixarmos a verdade ser como sempre foi:

A doença é uma defesa contra a verdade. Aceitarei a verdade do que sou, e hoje deixarei minha mente ser totalmente curada.

A cura brilhará através da tua mente aberta, à medida que a paz e a verdade surgirem para tomar o lugar da guerra e das imaginações vãs. Não haverão cantos escuros que a doença possa ocultar e manter defendidos da luz da verdade. Não haverão mais figuras vagas procedentes dos teus sonhos, nem tampouco as perseguições obscuras e sem significado com seus propósitos duplos que são buscados de forma insana; nada disso permanecerá na tua mente. A tua mente será curada de todos os desejos doentios que tentou autorizar o corpo a obedecer.

Agora o corpo está curado, porque a fonte da doença foi aberta para o alívio. E reconhecerás que praticaste bem por isso:

o corpo não deve sentir nada. Te tiveres tido êxito, não haverá nenhuma sensação de mal ou bem-estar, de dor ou de prazer. Não há absolutamente nenhuma resposta na mente para o que o corpo faz. Só a sua utilidade permanece e nada mais.

Talvez não reconheças que isso remove os limites que havias imposto ao corpo através dos propósitos que lhe deste. Ao deixares esses propósitos de lado, a força que o corpo tem será sempre suficiente para servir a todos os propósitos verdadeiramente úteis.

A saúde do corpo está inteiramente garantida, pois não é limitada pelo tempo, pelo clima, ou pelo cansaço; pela comida ou pela bebida ou por qualquer lei que o tenhas feito obedecer anteriormente. Agora não precisas fazer nada para deixá-lo bem, pois a doença veio a ser impossível.

Mas essa proteção necessita ser preservada por uma vigilância cuidadosa. Se deixares a tua mente nutrir pensamentos de ataque, ceder ao julgamento ou fazer planos contra as incertezas porvir, mais uma vez terás posto a ti mesmo no lugar errado e feito uma identidade corporal que atacará o corpo, pois a mente está doente.

Dá-lhe remédio imediato se isso ocorrer, não deixando que a tua defensividade te fira mais.

Não confundas o que tem que ser curado, mas dize a ti mesmo:

Esqueci-me do que realmente sou, pois confundi o meu corpo comigo mesmo. A doença é uma defesa contra a verdade. Mas eu não sou um corpo. E a minha mente não pode atacar. Portanto, não posso estar doente.

135. Se eu me defendo, sou atacado.


Quem se defenderia, a menos que pensasse que foi atacado, que o ataque foi real e que a sua própria defesa poderia salválo?

E nisso está a loucura da defesa: dá plena realidade às ilusões e depois tenta lidar com elas como se fossem reais.

Acrescenta ilusões às ilusões, assim fazendo com que a correção seja duplamente difícil.

É isso que fazes quando tentas planejar o futuro, ativar o passado ou organizar o presente como desejas.

Tu operas a partir da crença em que tens que te proteger do que está acontecendo, porque algo ali não pode deixar de conter o que te ameaça. Um senso de ameaça é um reconhecimento de uma fraqueza inerente, uma crença segundo a qual há um perigo que tem o poder de convocar-te para fazer uma defesa apropriada. O mundo está baseado nessa crença insana.

E todas as suas estruturas, os seus pensamentos e dúvidas, as suas penalidades e armamentos pesados, as suas definições legais e os seus códigos, a sua ética, os seus líderes e os seus deuses, tudo serve apenas para preservar o senso de ameaça do mundo. Pois ninguém caminha pelo mundo em uma armadura sem que o terror esteja golpeando-lhe o coração.

A defesa é assustadora. Brota do medo, o qual aumenta a cada vez que uma defesa é feita. Pensas que ela oferece segurança. No entanto, ela fala do medo que se faz real e do terror justificado.

Não é estranho que ao elaborares os teus planos, fortaleceres a tua armadura e apertares as tuas fechaduras, não pares para perguntar a ti mesmo o que estás defendendo, e como, e contra o quê?

Primeiro, vamos considerar o que defendes. Não pode deixar de ser algo muito fraco, fácil de ser assaltado. Não pode deixar de ser uma presa fácil, incapaz de se proteger e que precisa da tua defesa. O que mais, senão o corpo, tem tal fragilidade que necessita de cuidados constantes e atentos, de uma preocupação profunda para proteger a sua pequena vida? O que mais, senão o corpo, vacila e não pode deixar de falhar em servir ao Filho de Deus como um digno anfitrião?

No entanto, não é o corpo que pode ter medo, nem ser um objeto do medo.

Ele não tem necessidades, senão aquelas que tu lhe atribuis. Não precisa de estruturas complicadas para a sua defesa, de medicamentos para torná-lo saudável, de absolutamente nenhum cuidado e nenhuma preocupação. Defende a sua vida, oferece-lhe dádivas para fazer com que fique bonito, ou muros para colocá-lo a salvo, e estarás dizendo que o teu lar está aberto ao assalto do tempo, que é corruptível, que está desmoronando, que é inseguro ao ponto de precisar ser guardado com a tua própria vida.

Esse retrato não é amedrontador? Podes estar em paz com tal conceito acerca do teu lar? E, no entanto, quem dotou o corpo com o direito de servir-te dessa forma senão a tua própria crença?

Foi a tua mente que deu ao teu corpo todas as funções que vês nele e que estabeleceu o seu valor bem além de um pequeno monte de pó e água. Quem defenderia algo que reconhecesse ser assim?

O corpo não precisa de nenhuma defesa. Nunca é demais enfatizar isso. Ele será forte e saudável se a mente não abusar dele, conferindo-lhe papéis que ele não pode cumprir, propósitos além do seu alcance e objetivos exaltados que não pode realizar. Tais tentativas, ridículas mas profundamente apreciadas, são as fontes de muitos dos teus ataques loucos contra ele.

Pois ele parece desapontar as tuas esperanças, as tuas necessidades, teus valores e teus sonhos.

O “ser” que precisa de proteção não é real. O corpo, que não tem valor e dificilmente merece a menor defesa, precisa apenas ser percebido como algo bem à parte de ti e aí vem a ser um instrumento saudável e útil, através do qual a mente pode operar até que a sua utilidade chegue ao fim. Quem desejaria conservá-lo quando a sua utilidade tiver terminado?

Defende o corpo e terás atacado a tua mente. Pois terás visto nela os defeitos, as fraquezas, as limitações e as falhas das quais pensas que o corpo tem que ser salvo. Não verás a mente como algo separado das condições do corpo. E imporás a ele toda a dor que vem da concepção da mente como limitada e frágil, à parte das outras mentes e separada de sua Fonte.

Esses são os pensamentos que precisam de cura e o corpo responderá com saúde quando tiverem sido corrigidos e substituídos pela verdade. Essa é a única defesa real do corpo.

Mas, é aqui que procuras a sua defesa? Tu lhe ofereces um tipo de proteção do qual ele não ganha nenhum benefício, apenas acrescenta à aflição da tua mente. Não curas, apenas eliminas a esperança da cura, pois falhas em ver aonde a esperança tem que estar para ser significativa.

A mente curada não faz planos. Executa os planos que recebe ouvindo a Sabedoria que não lhe é própria. Espera até que lhe seja ensinado o que deve ser feito e, então, começa a fazê-lo.

Não depende de si mesma para coisa alguma, a não ser para a sua adequação em cumprir os planos que foram designados para ela. É segura na certeza de que obstáculos não podem impedir o seu progresso em realizar qualquer uma das metas que servem ao plano maior estabelecido para o bem
de todos.

A mente curada está livre da crença de que tem que fazer planos, mesmo sem poder saber qual o melhor resultado, quais os meios para consegui-los, ou como reconhecer o problema que o plano pretende solucionar. Ela tem que fazer um uso equivocado do corpo nos seus planos até que reconheça que isso é assim. Mas, quando aceita isso como verdadeiro, então está curada e libera o corpo.

A escravidão do corpo aos planos que a mente não-curada estabelece para salvar-se tem que fazer o corpo adoecer. Ele não está livre para ser o meio de ajudar em um plano que excede em muito a sua própria proteção e que precisa dos seus serviços por pouco tempo. Nesta capacidade, a saúde é assegurada. Pois tudo o que a mente emprega para isso funcionará perfeitamente, com a força que lhe foi dada e não pode falhar.

Talvez não seja fácil perceber que planos iniciados por nós mesmos não passam de defesas e todos foram feitos para realizar esse propósito. São o meio pelo qual a mente assustada quer empreender a sua própria proteção, ao custo da verdade. Isso não é difícil de reconhecer em algumas das formas que toma o auto-engano, em que a negação da realidade é óbvia.

No entanto, fazer planos não é freqüentemente reconhecido como uma defesa.

A mente engajada em fazer planos para si mesma está ocupada em estabelecer um controle sobre acontecimentos futuros.

Ela não pensa que as suas necessidades serão providas, a menos que faça as faça suas próprias provisões. O tempo vem a ser uma ênfase no futuro, a ser controlado pelo aprendizado e pela experiência obtida em eventos passados e em crenças anteriores. Ela não vê o presente, pois repousa sobre a idéia de que o passado ensinou o suficiente para deixá-la dirigir o seu curso futuro.

A mente que planeja está, assim, recusando-se a permitir a mudança. Aquilo que aprendeu antes vem a ser a base para as suas metas futuras. A sua experiência passada dirige a sua escolha do que irá acontecer. E não vê que é aqui e agora que está tudo o que precisa para garantir um futuro que não é como o passado, sem a continuidade de qualquer uma das velhas idéias e crenças doentias. A antecipação não desempenha nenhum papel, pois a confiança presente dirige o caminho.

Defesa são os planos que empreendes contra a verdade. O seu objetivo é o de selecionar o que aprovas e de ignorar o que consideras incompatível com as tuas crenças a respeito da tua realidade. Mas, o que fica é, de fato, sem significado. Pois a tua realidade é a “ameaça” que as tuas defesas querem atacar, obscurecer, fragmentar e crucificar.

O que deixarias de aceitar se apenas soubesses que tudo o que acontece, todos os eventos, passados, presentes e por vir, são gentilmente planejados por Aquele Cujo único propósito é o teu bem? Talvez tenhas entendido o Seu plano de forma equivocada, pois Ele nunca te ofereceria dor. Mas as tuas defesas não te deixaram ver a Sua bênção amorosa brilhando em cada passo que jamais deste. Enquanto fazias planos para a morte, Ele te conduzia gentilmente para a vida eterna.

A tua atual confiança Nele é a defesa que promete um futuro imperturbado, sem nenhum traço de pesar e com uma alegria que cresce constantemente, enquanto essa vida vem a ser um instante santo, estabelecido no tempo, mas ocupado apenas com a imortalidade. Não deixes que outras defesas senão a tua atual confiança dirija o futuro, e essa vida vem a ser um encontro significativo com a verdade que só as tuas defesas poderiam querer ocultar.

Sem defesas, tu vens a ser uma luz que o Céu, com gratidão, reconhece como a sua própria luz.

Ela te conduzirá pelos caminhos designados para a tua felicidade de acordo com o antigo plano, que começou com o início dos tempos. Os teus seguidores unirão as suas luzes à tua e ela aumentará até que o mundo seja iluminado com alegria. E os nossos irmãos, com contentamento, deixarão de lado as suas incômodas defesas, que em nada lhes foram úteis e só podiam aterrorizar.

Vamos antecipar esse momento hoje, com confiança presente, pois isso faz parte do que foi planejado para nós. Estaremos certos de que tudo o que precisamos nos é dado para a nossa realização no dia de hoje. Não vamos planejar como será feito, mas reconhecemos que o fato de nos despojarmos de todas as nossas defesas é tudo o que é preciso para que a verdade desponte com certeza sobre as nossas mentes.

Durante quinze minutos, duas vezes hoje, vamos descansar de planejamentos sem sentido e de todo pensamento que impede a verdade de penetrar nas nossas mentes. Hoje vamos receber ao invés de planejar, para que possamos dar ao invés de organizar. E algo nos é dado verdadeiramente ao dizermos:

Se eu me defendo, sou atacado. Mas despojando-me de todas as defesas serei forte, e aprenderei o que as minhas defesas escondem.

Nada mais do que isso. Se houver planos a serem feitos, eles te serão comunicados. Talvez não sejam os planos que pensavas serem necessários, ou as respostas para os problemas que pensavas estar enfrentando. Mas são as respostas para um outro tipo de pergunta, que permanece sem resposta e precisa ser respondida até que a Resposta enfim venha a ti.

Todas as tuas defesas têm tido como objetivo não receber o que receberás hoje. E na luz e na alegria da simples confiança, não poderás deixar de perguntar a ti mesmo por que razão jamais chegaste a pensar que precisavas ser defendido da liberação. O Céu nada pede. É o inferno que faz exigências extravagantes de sacrifício. Tu não estás desistindo de nada nestes momentos de hoje quando te apresentas indefeso ao teu Criador, tal como realmente és.

Ele lembrou-Se de ti. Hoje nos lembraremos Dele. Pois esse é o momento da Páscoa na tua salvação. E tu te erguerás novamente do que parecia ser morte e desesperança.

Agora a luz da esperança renasce em ti, pois agora vens sem defesas para aprender o papel que te compete no plano de Deus. Que pequenos planos ou crenças mágicas ainda podem ter valor, quando recebeste a tua função da Voz do próprio Deus?

Tenta não moldar esse dia como acreditas ser mais benéfico para ti. Pois não podes conceber toda a felicidade que vem a ti sem o teu planejamento. Aprende hoje. E o mundo inteiro dará esse passo gigantesco e celebrará a tua Páscoa contigo.

Ao longo do dia à medida que pequenas coisas tolas surgirem para erguer a tua defensividade e para te tentar a te engajares em tecer planos, lembra-te que esse é um dia especial para o aprendizado e reconhece isso com o seguinte:

Essa é a minha Páscoa. Quero mantê-la santa. Não me defenderei porque o Filho de Deus não precisa de nenhuma defesa contra a verdade da sua realidade.

134. Que eu perceba o perdão tal como é.


Revisemos o significado do “perdão”, pois esse pode ser distorcido e percebido como algo que implica o sacrifício indevido de uma ira justa, uma dádiva injustificada e imerecida e a negação completa da verdade. Sob esse ponto de vista, o perdão tem que ser visto como uma mera loucura excêntrica e esse curso parece basear a salvação num capricho.

Essa perspectiva distorcida do que significa o perdão é facilmente corrigida quando podes aceitar o fato de que o perdão não é pedido para o que é verdadeiro. Ele tem que se limitar ao que é falso. É irrelevante em relação a tudo, exceto ilusões. A verdade é a criação de Deus e perdoá-la nada significa. Toda a verdade pertence a Ele, reflete as Suas leis e irradia o Seu Amor. E isso precisa de perdão? Como podes perdoar àqueles que não têm pecado e que são eternamente benignos?

A tua principal dificuldade em achar um perdão genuíno da tua parte é que ainda acreditas ter que perdoar a verdade e não ilusões. Concebes o perdão como uma vã tentativa de passar por cima do que existe, ignorar a verdade num esforço injustificado de enganar-te fazendo com que uma ilusão seja verdadeira. Esse ponto de vista distorcido reflete apenas o domínio que a idéia do pecado ainda tem sobre a tua mente, do modo como tu te consideras.

Por acreditares que os teus pecados são reais, olhas para o perdão como um engano. Pois é impossível pensar que o pecado é verdadeiro e não acreditar que o perdão é uma mentira.

Assim realmente o perdão não passa de um pecado, como todo o resto. Ele diz que a verdade é falsa e sorri para os corruptos como se fossem tão irrepreensíveis quanto a grama, tão brancos como a neve. Ele é delusório naquilo que pensa poder realizar. Ele quer ver o que é claramente errado como certo, o desprezível como bom.

Desse ponto de vista, o perdão não é um modo de escapar. É apenas mais um sinal de que o pecado é imperdoável; na melhor das hipóteses a ser escondido, negado ou chamado por outro nome, pois o perdão é uma traição à verdade. A culpa não pode ser perdoada. Se pecas, a tua culpa é eterna.

Aqueles que forem perdoados a partir do ponto de vista de que os seus pecados são reais, são deploravelmente ridicularizados e duplamente condenados; primeiro, por si mesmos,
pelo que pensam ter feito e mais uma vez por aqueles que os perdoam.

É a irrealidade do pecado que faz com que o perdão seja natural e totalmente são, um profundo alívio para aqueles que o oferecem e uma bênção serena aonde é recebido. Ele não favorece ilusões, apenas as recolhe despreocupadamente, com um pequeno sorriso e as deposita gentilmente aos pés da verdade. E lá elas desaparecem por completo.

O perdão é a única coisa que representa a verdade nas ilusões do mundo. Ele vê a sua nulidade e olha através das milhares de formas nas quais podem aparecer. Ele olha a mentira, mas não é enganado. Não atende aos gritos auto-acusadores de pecadores enlouquecidos pela culpa.

Ele olha para eles com olhos serenos e lhes diz apenas: “Meu irmão, o que pensas não é a verdade.”

A força do perdão está na honestidade que lhe é própria, tão incorrupta que vê as ilusões como ilusões e não como verdade. É por isso que ele vem a ser aquele que desfaz o engano diante das mentiras, o grande restaurador da simples verdade. Através da sua capacidade de não ver o que não existe, ele abre o caminho para a verdade que havia sido bloqueada por sonhos de culpa.

Agora és livre para seguir no caminho que o teu verdadeiro perdão abre para ti.

Pois, se um irmão recebe esta dádiva tua, a porta está aberta para ti mesmo.

Há uma maneira muito simples de achar a porta do perdão verdadeiro e percebê-la aberta de par em par para dar boasvindas.

Quando te sentires tentado a acusar alguém de haver pecado em qualquer forma que seja, não deixes a tua mente se deter sobre o que pensas que ele fez, pois isso é auto-engano.

Ao invés disso, pergunta: “Eu me acusaria por fazer isso?”

Dessa forma, verás as alternativas para a escolha em termos que a tornam significativa e que mantêm a tua mente tão livre de culpa e de dor quanto o próprio Deus pretendia que fosse e como é na verdade. Só as mentiras querem condenar. Na verdade, a inocência é a única coisa que existe. O perdão está entre as ilusões e a verdade, entre o mundo que vês e o que
está além, entre o inferno da culpa e a porta do Céu.

Através da ponte, tão poderosa quanto o Amor que depositou sobre ela a própria bênção, todos os sonhos do mal, de ódio e de ataque são silenciosamente trazidos à verdade. Eles não são mantidos para se expandirem, provocarem tumultos e aterrorizarem o tolo sonhador que acredita neles.

Esse foi gentilmente despertado do seu sonho pela compreensão de que o que ele pensava ter visto, nunca existiu. E agora não pode sentir que todas as possibilidades de escapar lhe foram
negadas.

Ele não tem que lutar para se salvar. Não tem que matar os dragões que o perseguiam em seus pensamentos. E nem precisará erguer os pesados muros de pedra e as portas de ferro que o manteriam a salvo em seus pensamentos. Ele pode retirar a pesada e inútil armadura feita para acorrentar a sua mente ao medo e à miséria. O seu passo é leve e quando levanta o pé para avançar mais um passo, deixa uma estrela para trás, para indicar o caminho àqueles que o seguem.

O perdão tem que ser praticado, pois o mundo não pode perceber o seu significado, nem prover um guia para te ensinar as suas beneficências. Não existe em todo o mundo nenhum pensamento que conduza à menor compreensão das leis que ele segue e do Pensamento que ele reflete.

Ele é tão alheio ao mundo quanto a tua própria realidade. E, no entanto, une a tua mente à realidade em ti.

Hoje praticamos o verdadeiro perdão para que não seja mais adiado o momento da união. Pois queremos nos encontrar com a nossa realidade em liberdade e em paz. A nossa prática vem a ser a marca dos nossos passos que iluminam o caminho para todos os nossos irmãos, que nos seguirão até a realidade que compartilhamos com eles. Para que isso possa ser realizado, vamos dar quinze minutos por duas vezes hoje e passá-los com o Guia Que entende o significado do perdão
e Que nos foi enviado para ensiná-lo. Vamos pedir-Lhe:

Que eu perceba o perdão tal como é.

Em seguida, escolhe um irmão conforme a orientação que Ele vai te dar e enumera os seus “pecados” um por um, à medida que passam pela tua mente. Certifica-te de não te deteres em nenhum, mas reconhece que só estás usando as suas “ofensas” para salvar o mundo de todas as idéias de pecado. Reflete brevemente sobre todas as coisas ruins que pensaste sobre ele e, a cada vez, pergunta a ti mesmo: “Eu me condenaria por fazer isso?”

Deixa que ele seja libertado de todos os pensamentos de pecado que tinhas em relação a ele.

E agora estás preparado para a liberdade. Se, até esse momento, tiveres praticado com disponibilidade e honestidade, começarás a notar uma sensação de elevação, uma diminuição do peso sobre o teu peito, um sentimento de alívio nítido e profundo.

O tempo remanescente deve ser dado a experimentar o fato de que escapaste de todas as pesadas correntes que buscaste colocar sobre o teu irmão, mas que foram colocadas sobre ti mesmo:

Que eu perceba o perdão tal como é. Eu me acusaria por fazer isso? Não colocarei essa corrente sobre mim mesmo. Em tudo o que fizeres lembra-te disso:

Ninguém é crucificado sozinho, e no entanto ninguém pode entrar no Céu por si mesmo.

133. Não darei valor às coisas que não têm valor.


Às vezes, no ensino há benefício em trazer o aluno de volta a interesses práticos, particularmente depois de teres ensinado o que parece ser teórico e distante do que o aluno já aprendeu. É o que faremos hoje. Não falaremos de elevadas idéias que abrangem o mundo, mas, ao invés, disso nos deteremos nos benefícios para ti.

Tu não pedes muito da vida, mas pouco demais. Quando deixas que tua mente seja atraída para o que concerne ao corpo, por coisas que compras, por prestígio tal como é valorizado pelo mundo, estás pedindo o pesar e não a felicidade. Esse curso não tenta tirar de ti o pouco que tens.

Não tenta substituir as satisfações que o mundo contém com idéias utópicas.

Não há nenhuma satisfação no mundo.

Hoje vamos enumerar os critérios reais pelos quais pode-se testar tudo aquilo que pensas querer.

Se não preencherem esses requisitos básicos, não são dignos de serem desejados de forma alguma, pois só podem ocupar o lugar daquilo que oferece mais. Não podes fazer as leis que governam a escolha, da mesma forma que não podes inventar alternativas entre as quais escolher.

O que podes fazer é escolher, aliás, é o que tens que fazer. Mas é sábio aprender as leis que pões em movimento ao escolheres e as alternativas entre as quais escolhes.

Já enfatizamos que só existem duas alternativas, independente de quantas pareçam haver.

O raio de ação foi estabelecido e isso nós não podemos mudar. Seria muito pouco generoso para contigo deixar que as alternativas fossem ilimitadas e, assim, protelar a tua escolha final até que tivesses considerado todas elas no tempo, ao invés de seres trazido de forma tão
clara ao lugar onde só há uma escolha que não pode deixar de ser feita.

Outra lei benigna relacionada a isso é que não há transigências naquilo que a tua escolha necessariamente traz. Ela não pode te dar só um pouco, pois não há meio termo. Cada escolha que fazes te traz tudo ou nada. Portanto, se aprenderes os testes pelos quais podes distinguir o tudo do nada, farás a melhor escolha.

Primeiro, se escolheres uma coisa que não vá durar para sempre, o que escolhes não tem valor.

Um valor temporário não tem nenhum valor. O tempo nunca poderá tirar um valor que é real.

Aquilo que murcha e morre nunca existiu e não faz nenhuma oferenda àquele que o escolhe.

Ele é enganado pelo nada sob uma forma da qual pensa gostar.

Em seguida, se escolheres tirar alguma coisa de alguém, não ficarás com nada.

Isso porque ao negares o seu direito a todas as coisas, negaste o teu próprio.

Portanto, não reconhecerás as coisas que realmente tens, negando que elas existam.

Aquele que busca tirar foi enganado pela ilusão de que a perda pode oferecer o ganho.

Mas a perda não pode deixar de oferecer perda, e nada mais.

A tua próxima consideração é aquela em que se baseiam as outras.

Por que a escolha que fazes tem valor para ti?

O que atrai a tua mente para ela? A que propósito ela serve? É aqui que se é mais facilmente enganado. Pois o ego falha em reconhecer o que quer. Ele nem diz a verdade tal como a percebe, pois precisa manter a auréola que usa para proteger as suas metas, não deixando que fiquem manchadas e enferrujadas para que possas ver o quanto ele é “inocente”.

No entanto, a sua camuflagem é um verniz fino que só pode enganar àqueles que se contentam em ser enganados. As suas metas são óbvias para qualquer um que se dê ao trabalho de procurá-las.

Aqui, o engano é duplo, pois aquele que é enganado não perceberá que apenas falhou em ganhar. Ele acreditará que serviu às metas ocultas do ego.

Mas, embora ele tente manter a auréola do ego com clareza na própria visão, não pode deixar de perceber as suas bordas manchadas e o seu núcleo enferrujado. Os seus equívocos sem efeito lhe parecerão pecados, pois olha para essa mancha como se fosse sua e para a ferrugem como um sinal de uma profunda falta de valor dentro de si mesmo. Aquele que ainda preserva as metas do ego e as serve como suas, não comete equívocos segundo os ditames do seu guia.

Esse guia ensina que é um erro acreditar que pecados não passam de equívocos, pois quem sofreria pelos seus pecados se assim fosse?

E, assim, vimos ao critério de escolha mais difícil de se acreditar, pois a sua evidência está encoberta por muitos níveis de obscuridade. Se sentes qualquer culpa pela tua escolha, permitiste que as metas do ego se interpusessem entre as alternativas reais.

E, assim, não reconheces que só há duas e a alternativa que pensas ter escolhido te parece
amedrontadora e por demais perigosa para ser o nada que, de fato, é.

Todas as coisas têm ou não valor, são ou não são dignas de serem buscadas seja como for; são inteiramente desejáveis ou não valem o menor esforço para obtê-las. Escolher é fácil só por causa disso. A complexidade nada mais é do que um véu de fumaça que esconde o fato muito simples de que nenhuma decisão pode ser difícil. O que ganhas aprendendo isso?

Muito mais do que apenas te permitires fazer tuas escolhas com facilidade e sem dor.

O próprio Céu é alcançado com mãos vazias e mentes abertas, que vêm sem nada para tudo achar, reivindicando tudo como seu. Hoje tentaremos alcançar esse estado, deixando o auto-engano de lado, com uma honesta disponibilidade para só dar valor ao que é verdadeiramente valioso e real.

Os nossos dois períodos de prática prolongados, de quinze minutos cada um, começam com isso:

Não darei valor àquilo que não tem valor, e só busco o que tem valor, pois é só isso que desejo achar.

E então recebe aquilo que espera por todo aquele que alcança, sem cargas, a porta do Céu que se abre à medida que ele vem. Se começares a te permitir colecionar alguns fardos inúteis, ou acreditar que vês algumas decisões difíceis à tua frente, sê rápido em responder com esse simples pensamento:

Não darei valor àquilo que não tem valor, pois o que tem valor pertence a mim.

132. Libero o mundo de tudo aquilo que eu pensava que fosse.


O que mantém o mundo acorrentado senão as tuas crenças? E o que pode salvar o mundo, exceto o teu Ser? A crença é, de fato, poderosa. Os pensamentos que manténs são poderosos e as ilusões são tão fortes em seus efeitos quanto a verdade. Um louco pensa que o mundo que vê é real e não duvida disso. Ele não pode ser influenciado pelo questionamento dos efeitos de seus pensamentos.

A esperança da liberdade só lhe vem quando finalmente a fonte de seus pensamentos é posta em questão.

No entanto, a salvação pode ser conseguida com facilidade, pois qualquer um é livre para mudar a sua mente e com ela mudar todos os seus pensamentos. Agora a fonte do pensamento foi deslocada, pois mudar a tua mente significa que mudaste a fonte de todas as idéias que pensas ou jamais pensaste ou ainda pensarás. Liberta o passado daquilo que pensavas anteriormente.

Liberta o futuro de todos os antigos pensamentos de busca do que não queres achar.

Agora, o único tempo que resta é o presente. É aqui, no presente, que o mundo é posto em liberdade. Pois, quando deixas que o passado se dissipe e liberas o futuro de todos os teus antigos medos, achas um modo de escapar e o dás ao mundo.

Escravizaste o mundo com todos os teus medos, as tuas dúvidas e misérias, a tua dor e as tuas lágrimas e todos os teus pesares pressionam e mantêm o mundo prisioneiro de tuas crenças.

A morte o ataca de todos os lados, porque manténs amargos pensamentos de morte dentro da tua mente.

O mundo, em si, não é nada. A tua mente tem que dar significado a ele. E o que contemplas nele são os teus desejos encenados para que possas olhar para eles e pensar que são reais.

Talvez penses que não fizeste o mundo, mas que vieste contra a tua vontade ao que já havia sido feito, dificilmente esperando que os teus pensamentos pudessem lhe dar significado. Entretanto, na verdade, achaste exatamente aquilo que procuravas quando vieste.

Não há outro mundo à parte daquele que desejas e nisso está a tua liberação suprema.

É só mudar a tua mente quanto ao que queres ver e todo o mundo tem que mudar em conseqüência.

Idéias não deixam a sua fonte. Esse tema central é declarado com freqüência no livro texto e tem que ser mantido em mente se quiseres compreender a lição para o dia de hoje.

Não é o orgulho que te diz que fizeste o mundo que vês e que ele muda à medida que mudas a tua mente.

Mas é o orgulho que argumenta que vieste a um mundo que é bastante separado de ti mesmo, impermeável àquilo que pensas e bem à parte do que possas pensar que ele seja.

Não há nenhum mundo! Esse é o pensamento central que o curso tenta ensinar.

Nem todos estão prontos para aceitá-lo e cada um tem que ir tão longe quanto possa se permitir ser conduzido ao longo da estrada para a verdade. Ele voltará e irá ainda mais adiante, ou talvez recue por um momento para retornar outra vez.

Mas a cura é a dádiva daqueles que estão preparados para aprender que não existe nenhum mundo e que podem aceitar a lição agora. A sua prontidão para isso lhes trará a lição sob alguma forma que possam compreender e reconhecer. Alguns a vêem subitamente, à beira da morte, e erguem-se para ensiná-la. Outros acham-na em uma experiência que não é desse mundo, que lhes mostra que o mundo não existe porque o que contemplam tem que ser a verdade e, no entanto, contradiz
claramente o mundo.

E alguns achá-la-ão nesse curso e nos exercícios que fazemos hoje. A idéia de hoje é verdadeira, porque o mundo não existe. E se, de fato, o mundo for a tua própria imaginação, então podes soltá-lo de todas as coisas que jamais pensaste que ele fosse, apenas mudando todos os pensamentos que lhe deram essas aparências. Os doentes são curados quando abandonas todos os pensamentos de doença e os mortos ressuscitam quando deixas os pensamentos de vida substituírem
todos os pensamentos de morte que jamais tiveste.

Uma lição anterior já repetida uma vez tem que ser novamente enfatizada agora, pois contém o sólido fundamento para a idéia de hoje. Tu és como Deus te criou. Não há lugar algum onde possas sofrer, nem tempo algum que possa trazer qualquer mudança ao teu estado eterno.

Como pode existir um mundo de tempo e lugar, se tu permaneces tal como Deus te criou?

O que é a lição para o dia de hoje, senão um outro modo de dizer que conhecer o teu Ser é a salvação do mundo? Libertar o mundo de todo tipo de dor é apenas mudar a tua mente sobre ti mesmo. Não existe nenhum mundo à parte das tuas idéias porque as idéias não deixam a sua fonte e tu manténs o mundo dentro da tua mente em pensamento.

No entanto, se és tal como Deus te criou, não podes pensar à parte Dele, nem fazer o que não compartilhe da Sua intemporalidade e do Seu Amor. Estas coisas são inerentes ao mundo vês?

Esse mundo cria como Ele? Se não o fizer, não é real e não pode ser em absoluto. Se tu és real, o mundo que vês é falso, pois o mundo não é como a criação de Deus em todos os seus aspectos.

E do mesmo modo como foste criado pelo Seu Pensamento, foram os teus pensamentos que fizeram o mundo e têm que libertá-lo para que possas conhecer os Pensamentos que compartilhas com Deus.

Libera o mundo! As tuas criações reais esperam por essa liberação para te dar a paternidade, não de ilusões, mas como Deus na verdade. Deus compartilha a Sua Paternidade contigo, que és o Seu Filho, pois Ele não faz distinções entre o que é Ele Mesmo e o que ainda é Ele.

O que Ele cria não está à parte Dele, e em lugar algum o Pai chega ao fim para dar início ao Filho como algo separado de Si Mesmo.

Não existe nenhum mundo porque ele é um pensamento à parte de Deus, feito para separar o Pai e o Filho e arrancar uma parte do próprio Deus para assim destruir a Sua Integridade.

Um mundo vindo dessa idéia pode ser real? Pode estar em algum lugar? Nega as ilusões, mas aceita a verdade.

Nega que sejas uma sombra deixada por um momento sobre um mundo agonizante. Libera a tua mente e contemplarás um mundo liberado.

O nosso propósito hoje é o de libertar o mundo de todos os pensamentos vãos que jamais mantivemos a respeito dele e de todas as coisas vivas que vemos sobre ele. Não podem estar aí.

E nós também não podemos. Pois estamos no lar que o nosso Pai estabeleceu para nós, junto com elas. E nós, que somos como Ele nos criou, nesse dia queremos liberar o mundo de cada uma das nossas ilusões para que possamos ser livres.

Começa os períodos de quinze minutos nos quais hoje praticamos por duas vezes com isso:

Eu, que permaneço tal como Deus me criou, quero liberar o mundo de tudo o que eu pensei que ele fosse. Pois sou real porque o mundo não o é, e quero conhecer a minha própria realidade.

Em seguida, apenas descansa, atento mas sem tensão, e deixa a tua mente ser mudada em quietude para que o mundo seja libertado junto contigo. Não precisas reconhecer que a cura vem a muitos irmãos do outro lado do mundo, assim como àqueles que vês por perto quando envias estes pensamentos para abençoar o mundo. Mas sentirás a tua própria liberação, embora ainda não possas compreender inteiramente que nunca poderias ser liberado sozinho.

Ao longo do dia, aumenta a liberdade transmitida a todo o mundo através das tuas idéias e dize sempre que te sentires tentado a negar o poder da simples mudança da tua mente:

Libero o mundo de tudo o que eu pensava que fosse, e em vez disso escolho a minha própria realidade.

131. Aquele que busca a verdade não pode falhar.


O fracasso está em tudo à tua volta quando buscas metas que não podem ser conseguidas.

Procuras permanência no impermanente, o amor onde não há nenhum, a segurança em meio ao perigo, a imortalidade dentro da escuridão do sonho da morte. Quem poderia ter sucesso onde a contradição é o cenário da sua busca e o lugar aonde vem para achar estabilidade?

Metas sem significado não são atingidas. Não há nenhum modo de alcançá-las, pois os meios pelos quais lutas por elas são tão sem significado quanto elas próprias; quem pode usar tais meios sem sentido e esperar ganhar alguma coisa através deles? Aonde podem conduzir? E o que poderiam conseguir que oferecesse qualquer esperança de ser real? A procura do imaginado conduz à morte, porque é a busca do nada e enquanto buscas a vida pedes a morte. Procuras estar a salvo e em segurança, enquanto em teu coração rezas pelo perigo e pela proteção do pequeno sonho que fizeste.

No entanto, a busca é inevitável aqui. Foi para isso que vieste e certamente farás o que é a razão da tua vinda. Mas o mundo não pode ditar a meta que buscas, a menos que lhe dês o poder de fazê-lo. Caso contrário, ainda és livre para escolher uma meta que esteja além do mundo e de todo pensamento mundano e que te venha de uma idéia que abandonaste, mas que ainda é lembrada, uma idéia velha e no entanto nova, um eco de uma herança esquecida, mas que contém tudo o que realmente queres.

Fica contente por teres que buscar. Fica contente também por aprenderes que estás em busca do Céu e que não podes deixar de achar a meta que realmente queres. Ninguém pode falhar ao querer essa meta e alcançá-la no final. O Filho de Deus não pode buscar em vão, embora ele tente forçar um atraso, enganar a si mesmo e pensar que é o inferno que ele busca. Quando está errado, ele acha a correção. Quando se desvia, é conduzido de volta à tarefa que lhe foi designada.

Ninguém permanece no inferno, pois ninguém pode abandonar o Seu Criador, nem afetar o Seu Amor perfeito, intemporal e imutável. Acharás o Céu. Tudo o que buscas se perderá, menos isso.

Mas não por ter sido tirado de ti.

Desaparecerá porque não o queres. É tão certo que alcançarás a meta que realmente queres, quanto é certo que Deus te criou na impecabilidade.

Por que esperar pelo Céu? Ele está aqui hoje. O tempo é a grande ilusão, ele é passado ou futuro. Mas isso não pode ser assim, se é onde a Vontade de Deus determina que o Seu Filho esteja. Como poderia a Vontade de Deus estar no passado ou ainda por acontecer?

O que a Vontade de Deus determina é agora, sem um passado, e totalmente sem futuro. Está tão distante do tempo quanto a distância que há entre uma diminuta vela e uma estrela longínqua ou entre o que escolheste e o que realmente queres.

O Céu permanece como a tua única alternativa para esse estranho mundo que fizeste e todos os seus caminhos, os seus padrões mutáveis e suas metas incertas, seus prazeres dolorosos e suas alegrias trágicas. Deus não fez nenhuma contradição. Aquilo que nega a própria existência e ataca a si mesmo não vem Dele. Ele não fez duas mentes, com o Céu como o feliz resultado de uma delas e a terra a triste conseqüência da outra, que é em tudo o oposto do Céu.

Deus não sofre nenhum conflito. A Sua criação tampouco está dividida em duas.

Como poderia o Seu Filho estar no inferno se o próprio Deus o estabeleceu no Céu? Poderia ele perder o que a Vontade Eterna lhe deu para ser o seu lar para sempre? Não tentemos mais impor uma vontade alheia ao propósito único de Deus. Ele está aqui porque é a Sua Vontade estar e aquilo que é a Vontade de Deus está presente agora, além do alcance do tempo.

Hoje não escolheremos um paradoxo em lugar da verdade. Como poderia o Filho de Deus fazer o tempo para afastar a Vontade de Deus? Assim ele nega a si próprio e contradiz aquilo que não tem oposto. Ele pensa que fez um inferno em oposição ao Céu e acredita que habita no que não existe, enquanto o Céu é o lugar que ele não pode achar.

Hoje deixa para trás pensamentos tolos como esses e, em vez disso, volta a tua mente para idéias verdadeiras. Aquele que busca alcançar a verdade não pode falhar, e é a verdade que buscamos alcançar nesse dia. Dedicaremos dez minutos a essa meta por três vezes hoje, e pediremos para ver a ascensão do mundo real substituir as tolas imagens que valorizamos por idéias verdadeiras que se erguem no lugar de pensamentos que não têm significado, nem qualquer efeito e nem sequer
fonte ou substância na verdade.

Reconhecemos isso ao iniciarmos os nossos períodos de prática. Começa com isso:

Peço para ver um mundo diferente e ter um tipo de pensamento diferente daqueles que fiz. Não fiz sozinho o mundo que busco, os pensamentos que quero ter não são os meus.”

Durante alguns minutos vigia a tua mente e vê, embora os teus olhos estejam fechados, o mundo sem sentido que pensas ser real. Revê também os pensamentos que são compatíveis com tal mundo, os quais pensas serem verdadeiros. Então, abandona-os e mergulha abaixo deles, em um lugar santo aonde não podem entrar. Abaixo deles há uma porta na tua mente que não podes trancar por completo para esconder o que está além.

Busca essa porta e acha-a. Mas, antes de tentar abri-la lembra-te de que aquele que busca alcançar a verdade não pode falhar. E é esse o pedido que fazes hoje. Nada além disso tem qualquer significado agora, nenhuma outra meta tem valor ou é buscada, nada há antes da porta que tu realmente queiras e só buscas o que está depois dela.

Estende a tua mão e vê como essa porta se abre facilmente, apenas com a tua intenção de ir além.

Anjos iluminam o caminho de modo que a escuridão se desvanece e tu te achas numa luz tão brilhante e clara que podes compreender todas as coisas que vês. Talvez um momento diminuto de surpresa fará com que pares antes de reconhecer que o mundo que vez na luz, diante de ti, reflete a verdade que conhecias e não esqueceste totalmente nas tuas divagações em sonhos.

Hoje não podes falhar. Lá, o Espírito que o Céu te enviou para que pudesses aproximar-te dessa porta algum dia, caminha contigo e com a Sua ajuda podes passar por ela sem esforço, para a luz.

Hoje esse dia veio. Hoje Deus cumpre a Sua antiga promessa feita a Seu Filho santo, assim como o Seu Filho lembra-Se daquela que fez a Ele. Esse é um dia de contentamento, pois viemos à hora e ao local marcados onde acharás a meta de toda a tua procura aqui e de toda a busca
do mundo que, juntas, chegam ao fim quando passas além dessa porta.

Lembra-te com freqüência que hoje deve ser um dia de especial contentamento e evita pensamentos sombrios e lamentações sem significado. O tempo da salvação veio. O próprio Céu estabeleceu o dia de hoje como um tempo de graças para ti e para o mundo. Se te esqueceres deste fato feliz, lembra a ti mesmo com isso:

Hoje busco e acho tudo o que eu quero.
O meu único propósito me oferece isso.
Aquele que busca alcançar a verdade não pode falhar.

130. É impossível ver dois mundos.


A percepção é consistente. O que vês reflete o teu pensamento. E o teu pensamento apenas reflete a tua escolha do que queres ver. Os teus valores são determinantes disso, pois não podes deixar de querer ver o que valorizas, acreditando que o que vês existe realmente. Ninguém pode ver um mundo ao qual a sua mente não tenha dado valor. E ninguém pode falhar em contemplar aquilo que acredita querer.

Mas quem pode realmente odiar e amar ao mesmo tempo? Quem pode desejar o que não quer que tenha realidade? E quem pode escolher ver um mundo do qual tenha medo? O medo necessariamente cega, pois essa é a sua arma: aquilo que tens medo de ver, tu não podes ver. Assim o amor e a percepção vão de mãos dadas, mas o medo obscurece o que existe com a escuridão.

Assim sendo, o que pode o medo projetar sobre o mundo? O que pode ser visto na escuridão que seja real? A verdade é eclipsada pelo medo e o que permanece é apenas imaginado.

Mas o que pode ser real nas cegas imaginações nascidas do pânico? O que poderias querer para que isso te seja mostrado? O que poderias desejar conservar em tal sonho?

O medo tem feito tudo o que pensas ver. Toda separação, todas as distinções e a multidão de diferenças que fazem o mundo segundo as tuas crenças. Elas não existem. O inimigo do amor as inventou. Mas o amor não pode ter nenhum inimigo e assim, elas não têm causa, não são nada, nem tem conseqüência. Podem ser valorizadas, mas permanecem irreais. Podem ser buscadas, mas não podem ser achadas.

Hoje não as buscaremos, nem desperdiçaremos esse dia em busca do que não pode ser achado.

É impossível ver dois mundos que não coincidem de modo algum. Busca um deles, o outro desaparece. Mas um permanece. Eles constituem o raio de escolha, além do qual a tua decisão não pode ir. Só há o real e o irreal entre os quais escolher e nada mais.

Hoje tentaremos não fazer transigências onde nenhuma é possível. O mundo que vês é uma prova de que já fizeste uma escolha tão abrangente quanto o seu oposto. O que queremos aprender hoje é mais do que apenas a lição de que não podes ver dois mundos. Ela também ensina que o mundo que vês é bastante consistente do ponto de vista do qual o vês. Todo ele é uma peça única, pois brota de uma única emoção e reflete a sua fonte em tudo o que vês.

Hoje, por seis vezes, em agradecimento e gratidão, damos com contentamento cinco minutos ao pensamento que põe fim a toda transigência e toda dúvida e vamos além de todas elas como se fossem uma só. Não faremos mil distinções sem significado, nem tentaremos trazer conosco uma pequena parte da irrealidade ao dedicarmos as nossas mentes a achar apenas o que é real.

Dá início à tua busca do outro mundo pedindo uma força além da tua e reconhecendo o que é que buscas. Não queres ilusões. E vens para estes cinco minutos esvaziando as tuas mãos de todos os tesouros mesquinhos desse mundo. Tu esperas que Deus te ajude, ao dizeres:

É impossível ver dois mundos. Que eu aceite a força que Deus me oferece e não veja nenhum valor nesse mundo para que eu possa achar a minha liberdade e liberação.

E Deus estará presente. Pois invocaste o grande Poder infalível Que dará esse passo gigantesco contigo em gratidão. E não falharás em ver os Seus agradecimentos expressos em tangível percepção e verdade. Não duvidarás daquilo que contemplares, pois embora seja percepção, não é do tipo que os teus olhos jamais tenham visto antes por si mesmos. E saberás que a força de Deus te amparou quando fizeste esta escolha.

Hoje descarta a tentação com facilidade toda vez que ela surgir simplesmente lembrando-te dos limites da tua escolha. O irreal ou o real, o falso ou o verdadeiro, é o que vês e só o que vês.

A percepção é consistente com a tua escolha e o inferno ou o Céu vem a ti em unidade com ela.

Aceita uma pequena parte do inferno como real e terás condenado os teus olhos e amaldiçoado a tua vista e o que contemplarás é de fato o inferno. Mas a liberação do Céu ainda permanece dentro do teu raio de escolha, para tomar o lugar de tudo o que o inferno quer te mostrar.

Tudo o que precisas dizer a qualquer parte do inferno, seja qual for a forma que tome, é simplesmente isso:

É impossível ver dois mundos. Busco a minha liberdade e liberação, e isso não faz parte do que eu quero.

129. Além desse mundo há um mundo que eu quero.


Esse é o pensamento que se segue àquele que praticamos ontem. Tu não podes deter-te na idéia de que o mundo é sem valor, pois se não vires que existe algo mais por que esperar, só ficarás deprimido. A nossa ênfase não está em desistir do mundo, mas em trocá-lo pelo que é muito mais satisfatório, cheio de alegria e capaz de te oferecer paz. Pensas que esse mundo pode te oferecer isso?

Talvez valha a pena dedicares um breve período de tempo para pensar uma vez mais sobre o valor desse mundo. Talvez admitas que não há perda em abandonar qualquer pensamento de valor aqui.

O mundo que vês é de fato sem misericórdia, instável, cruel, indiferente a ti, rápido na vingança e implacável em seu ódio. Ele só dá para tirar e leva embora todas as coisas que te foram caras por um momento. Nenhum amor duradouro é encontrado, pois não há nenhum aqui.

Esse é o mundo do tempo, em que todas as coisas chegam ao fim.

Será uma perda achar, ao invés desse, um mundo em que é impossível perder? Em que o amor dura para sempre, o ódio não pode existir e a vingança não tem significado? Será uma perda achar todas as coisas que realmente queres e saber que elas não têm fim e que permanecerão exatamente como as queres através do tempo?

Porém, até mesmo estas coisas serão finalmente trocadas por algo de que não podemos falar, pois daí em diante vais para um lugar em que as palavras fracassam inteiramente, para um silêncio no qual a linguagem não é falada mas certamente compreendida.

A comunicação, sem ambigüidades e clara como o dia, permanece ilimitada por toda a eternidade. E o próprio Deus fala com o Seu Filho como o Seu Filho fala com Ele.

A Sua linguagem não tem palavras, pois o que dizem não pode ser simbolizado.

O Seu conhecimento é direto, totalmente compartilhado e totalmente uno. Como tu, que permaneces preso a esse mundo, estás longe disso! E, no entanto, como estás perto quando o trocas pelo mundo que queres.

Agora, o último passo é certo, agora, estás a um instante da intemporalidade. Daqui só podes olhar para frente, nunca mais para trás, para ver de novo o mundo que não queres.

Aqui está o mundo que vem tomar o lugar do outro, à medida que soltas a tua mente das pequenas coisas que o mundo apresenta para manter-te prisioneiro. Não lhes dês valor e desaparecerão.

Estima-as e te parecerão reais.

Tal é a escolha. O que podes perde ao escolheres não dar valor ao nada? Esse mundo não contém nada do que realmente queres, mas o que escolhes em seu lugar é o que, de fato, queres!

Deixa que ele te seja dado hoje. Ele só está à espera de que o escolhas, para tomar o lugar de todas as coisas que buscas, mas não queres. Pratica a tua disponibilidade para fazer
essa troca durante dez minutos pela manhã e à noite e uma vez mais entre uma e outra.

Começa com isso:

Além desse mundo há um mundo que eu quero. Escolho ver esse outro mundo ao invés desse, pois aqui não há nada do que eu realmente quero.

Em seguida, fecha os teus olhos sobre o mundo que vês e na escuridão silenciosa observa as luzes que não são desse mundo iluminarem-se, uma por uma, até que o lugar onde uma começa e a outra termina perca todo o significado à medida que elas se fundem em uma só.

Hoje, as luzes do Céu se inclinam para ti, para brilhar sobre as tuas pálpebras enquanto descansas além do mundo da escuridão. Aqui está a luz que os teus olhos não podem contemplar.

E, no entanto, a tua mente pode vê-la com clareza e pode compreender. Hoje, um dia de graça te é dado e nós agradecemos. Nesse dia reconhecemos que aquilo que temias perder era apenas a perda.

Agora compreendemos que não há perda. Pois enfim vimos o seu oposto e estamos gratos porque foi feita a escolha. Lembra-te da tua decisão a cada hora e reserva um momento para confirmar a tua escolha, deixando de lado quaisquer pensamentos que tenhas e considerando brevemente
apenas isso:

O mundo que vejo não contém nada do que quero.
Além desse mundo há um mundo que eu quero.

128. O mundo que vejo não contém nada do que eu quero.


O mundo que vês não te oferece nada do que precisas, nada que te possa ser de algum modo útil a ti e absolutamente nada que sirva para te dar alegria. Acredita nesse pensamento e serás salvo de anos de miséria, de inúmeros desapontamentos e de esperanças que se tornam amargas cinzas de desespero. Ninguém pode deixar de aceitar esse pensamento como verdadeiro, se quiser deixar o mundo para trás e elevar-se acima de suas mesquinhas dimensões e de seus caminhos curtos.

Aqui, cada coisa que valorizas não passa de uma corrente que te prende ao mundo e não servirá a nenhum outro fim senão esse. Pois tudo não pode deixar de servir ao propósito que tu lhe dás, até que vejas lá um propósito diferente. O único propósito digno da tua mente que o mundo contém é o de que passes por ele sem te deteres para perceber alguma esperança onde não há nenhuma.

Não te enganes mais. O mundo que vês não contém nada do que queres. Hoje, escapa das correntes que colocas na tua mente quando percebes a salvação aqui. Pois aquilo que valorizas, fazes com que seja parte de ti na tua percepção de ti mesmo. Todas as coisas que buscas para fazer com que o teu valor seja maior aos teus olhos te limitam ainda mais, escondem de ti o teu próprio valor e acrescentam mais um obstáculo diante da porta que conduz à verdadeira consciência do teu Ser.

Não deixes que nada que se relacione com pensamentos do corpo detenha o teu progresso em direção à salvação, nem permitas a tentação de acreditar que o mundo contém algo que queiras a fim de deter-te. Não há nada aqui para apreciar.

Nada aqui vale um instante de atraso e de dor, um momento de incerteza e de dúvida. Aquilo que não tem valor nada oferece. A certeza acerca do que tem valor não pode ser achada onde não há valor algum.

Hoje praticamos abandonar todos os pensamentos acerca dos valores que temos dado ao mundo.

Vamos deixá-lo livre dos propósitos que demos aos seus aspectos, suas fases e seus sonhos.

Vamos mantê-lo sem propósito dentro de nossas mentes e soltá-lo de tudo o que desejamos que fosse.

Assim erguemos as correntes que obstruem a porta pela qual temos que passar para que possamos nos libertar do mundo e vamos além de todos os pequenos valores e metas menores.

Aquieta-te e fica em paz por um momento e vê o quanto te ergues acima do mundo quando liberas a tua mente das correntes e a deixas buscar o nível em que se acha em casa. Ela ficará agradecida por ser livre por algum tempo. Ela conhece o seu lugar. Apenas liberta as suas asas e voará na certeza e na alegria para unir-se ao seu santo propósito. Deixa-a descansar no seu Criador para que seja restaurada à sanidade, à liberdade e ao amor.

Dá-lhe dez minutos de descanso por três vezes hoje. E depois quando os teus olhos se abrirem, não valorizarás coisa alguma do que vires tanto quanto da última vez que olhaste para ela.

Toda a tua perspectiva do mundo se deslocará um pouco mais a cada vez que deixares a tua mente escapar de suas correntes. O mundo não é o seu lugar. E o teu lugar é aonde ela quer estar, aonde vai descansar quando a liberas do mundo. O teu Guia é seguro. Abre a tua mente para Ele.

Aquieta-te e descansa.

Protege a tua mente ao longo do dia também. E quando pensares que vês algum valor em um aspecto ou em uma imagem do mundo, recusa-te a colocar essa corrente sobre a tua mente, mas dize a ti mesmo com serena certeza:

Não serei tentado a me atrasar por isso.
O mundo que vejo não contém nada do que eu quero.

127. Não há nenhum amor exceto o de Deus.


Talvez penses que diferentes tipos de amor são possíveis. Talvez penses que há um tipo de amor para isso, outro para aquilo, um modo de amar uma pessoa e ainda um modo de amar uma outra.

O amor é um. O amor não tem partes separadas, nem intensidades diferentes, nele não há tipos ou níveis, divergências ou distinções. Ele é como ele mesmo, inteiramente imutável. Nunca se altera com uma pessoa ou com uma circunstância. Ele é o Coração de Deus e também o de Seu Filho.

O significado do amor é obscuro para aquele que pensa que o amor pode mudar. Ele não vê que um amor mutável tem que ser impossível. E assim, pensa que pode amar às vezes e às vezes odiar.

Ele também pensa que o amor pode ser dado a um e negado a outros e ainda assim permanecer sendo o que é. Acreditar nessas coisas sobre o amor é não compreendê-lo.

Se o amor pudesse fazer tais distinções, teria que julgar entre o justo e o pecador e perceber o Filho de Deus em partes separadas.

O amor não pode julgar. Sendo um em si mesmo, ele olha para tudo como um só. O seu significado está na unicidade. E tem que eludir a mente que o considera parcial ou em partes. Não há nenhum amor exceto o de Deus e todo o amor é Dele. Não há outro princípio que domine onde o amor não está. O amor é uma lei sem opostos. A sua integridade é o poder que mantém todas as coisas unas, o elo entre o Pai e o Filho que mantém a Ambos para sempre como o mesmo.

Nenhum curso cujo propósito seja o de te ensinar a lembrar-te do que realmente és, poderia falhar em enfatizar que nunca poderia haver nenhuma diferença entre o que realmente és e o que é o amor. O significado do amor é o teu próprio, e é compartilhado pelo próprio Deus. Pois o que tu és, é o que Ele é. Não há nenhum amor a não ser o de Deus e o que Ele é, é tudo o que há.

Nenhum limite é imposto a Ele e, assim, tu também és ilimitado.

Nenhuma lei que o mundo obedeça pode ajudar-te a apreender o significado do amor. O que o mundo acredita foi feito para esconder o significado do amor e para mantê-lo no escuro e secreto.

Não há nenhum princípio que o mundo defenda que não viole a verdade do que é o amor e também do que tu és.

Não busques achar o teu Ser dentro desse mundo. O Amor não pode ser achado na escuridão e na morte. No entanto, ele é perfeitamente aparente aos olhos que vêem e os ouvidos que ouvem a Voz do amor. Hoje, praticamos fazer com que a tua mente seja livre de todas as leis que pensas ter que obedecer, de todos os limites sob os quais vives e de todas as mudanças que pensas serem parte do destino humano. Hoje, vamos dar o maior passo que esse curso requer no teu avanço
em direção à meta que ele estabelece.

Hoje, se conseguires o menor vislumbre que seja do que o amor significa, terás percorrido uma distância imensurável e avançado no tempo mais do que se pode contar em anos para a tua liberação.

Vamos juntos, então, ficar contentes em dar algum tempo a Deus hoje e compreender que o tempo não pode ser melhor utilizado. Hoje por duas vezes, durante quinze minutos, escapa de todas as leis nas quais acreditas agora. Abre a tua mente e descansa. O mundo que parece manter-te prisioneiro não pode prender todo aquele que não lhe dá valor. Retira todo o valor que tens dado às suas parcas oferendas e às suas dádivas sem sentido, e deixa que a dádiva de Deus substitua
a todas.

Chama pelo teu Pai, certo de que a Sua Voz responderá. Ele próprio prometeu isso.

E Ele próprio depositará uma centelha de verdade no interior da tua mente toda vez que desistires de uma crença falsa, de uma ilusão escura a respeito da tua própria realidade e do que o amor significa. Ele brilhará hoje através dos teus pensamentos vãos e ajudar-te-á a compreender a verdade do amor. Com amorosa gentileza Ele habitará contigo à medida em que permitires que a Sua Voz ensine o significado do amor à tua mente limpa e aberta.

E Ele abençoará a lição com o Seu Amor. Hoje, a lição dos futuros anos de espera pela salvação desaparece diante da intemporalidade do que aprendes. Vamos dar graças hoje, por estarmos sendo poupados de um futuro como o passado. Hoje, deixamos o passado para trás, para nunca mais ser
lembrado. E erguemos os olhos para um presente diferente, no qual desponta um futuro diverso do passado em todos os aspectos.

Na infância o mundo é recém-nascido. E vigiaremos para que ele cresça em saúde e força, para distribuir a sua bênção a todos aqueles que vêm aprender a pôr de lado o mundo que pensavam ter sido feito no ódio para ser o inimigo do amor.

Agora, todos eles são libertados junto conosco. Agora, todos são nossos irmãos no Amor de Deus.

Lembrar-nos-emos deles ao longo do dia, pois não podemos deixar uma parte de nós fora do nosso amor se quisermos conhecer o nosso Ser. Pelo menos três vezes a cada hora, pensa em alguém que faz a jornada contigo e que veio para aprender o que tu tens que aprender. E quando ele vier à tua mente, dá a ele essa mensagem do teu ser:

Eu te abençôo, irmão, com o Amor de Deus, que eu quero compartilhar contigo. Pois eu quero aprender a lição feliz de que não há nenhum amor a não ser o de Deus e o teu e o meu e o de todos.

126. Tudo o que dou é dado a mim mesmo.


A idéia de hoje, completamente alheia ao ego e ao pensamento do mundo, é crucial para a reversão de pensamento que esse curso trará. Se acreditasses nesta declaração, o perdão completo, a certeza da meta e a orientação segura não seriam nenhum problema. Compreenderias o meio pelo qual a salvação vem a ti e não hesitarias em usá-la agora.

Vamos considerar o que acreditas no lugar dessa idéia. Parece-te que as outras pessoas estão à parte de ti e que são capazes de comportarem-se de maneira que não têm relação com os teus pensamentos, e nem os seus com os teus.

Portanto, as tuas atitudes não têm nenhum efeito sobre elas e os seus pedidos de ajuda não têm nenhuma relação com os teus. Pensas também que elas podem pecar sem que isso afete a tua percepção de ti mesmo, enquanto tu podes julgar o seu pecado e ainda assim permanecer à parte da condenação e em paz.

Quando “perdoas” um pecado, não há nenhum ganho para ti diretamente. Fazes caridade para alguém que é indigno, apenas para indicar que tu és melhor e que te achas num plano superior ao daquele a quem estás perdoando. Ele não ganhou a tua tolerância caridosa, que concedes a alguém que não é digno da dádiva, pois os seus pecados o reduziram a uma condição abaixo da verdadeira igualdade contigo. Ele não tem direito ao teu perdão. Esse oferece a ele uma dádiva,
mas nada para ti mesmo.

Dessa forma, o perdão é basicamente falho; é um capricho caridoso, benevolente mas imerecido, uma dádiva ora concedida, ora negada. Como ele é imerecido é justo negá-lo e não é justo que devas sofrer quando ele é negado. O pecado que perdoas não é o teu próprio. Alguém à parte de ti o cometeu. E se fores indulgente para com ele, dando-lhe o que ele não merece, a dádiva não é tua, assim, como não era teu o seu pecado.

Se isso for verdadeiro, o perdão não tem base em que se apoiar com confiança e segurança.

É uma excentricidade na qual tu, às vezes, escolhes dar indulgentemente uma trégua imerecida.

Entretanto, ficas com o teu direito de não deixar que o pecador escape ao pagamento que é justificado pelo seu pecado. Pensas que o Senhor do Céu permitiria que a salvação do mundo dependesse disso? O Seu cuidado por ti não seria de fato pequeno se a tua salvação se baseasse num capricho?

Tu não compreendes o perdão. Tal como o vês, ele é apenas uma repressão do ataque aberto, sem exigir correção na tua mente. Tal como o percebes, ele não pode te dar paz. Não é um meio para liberar-te daquilo que vês em alguém que não é o que tu és. Não tem o poder de restaurar a tua unidade com ele na tua consciência. Não é o que Deus pretendia que fosse para ti.

Não tendo Lhe dado a dádiva que Ele te pede, não podes reconhecer as Suas dádivas e pensas que Ele não as deu. Mas, pedir-te-ia Ele uma dádiva a menos que ela fosse para ti? Poderia Ele contentar-Se com gestos vazios e avaliar essas dádivas tão mesquinhas como dignas do Seu Filho?

A salvação é uma dádiva melhor do que essa. E o verdadeiro perdão, como meio pelo qual é obtida, tem que curar a mente que dá, pois dar é receber. Aquilo que permanece sem ser recebido
não foi dado, mas o que foi dado não pode deixar de ser recebido.

Hoje, tentamos compreender a verdade segundo a qual o doador e o receptor são o mesmo.

Precisarás de ajuda para fazer com que isso seja significativo, por ser tão alheio aos pensamentos aos quais estás acostumado. Mas a Ajuda de que precisas está aqui.

Hoje, dá-Lhe tua fé e pede-Lhe que compartilhe da tua prática da verdade. E se apenas captares um diminuto vislumbre da liberação que há na idéia que praticamos hoje, esse era um dia de glória para o mundo.

Dá quinze minutos duas vezes hoje à tentativa de compreender a idéia deste dia.

É o pensamento através do qual o perdão toma o seu lugar entre as tuas prioridades.

É o pensamento que liberará a tua mente de todas as barreiras contra o significado do perdão e deixará que reconheças o seu valor para ti.

Em silêncio fecha os olhos sobre o mundo que não compreende perdão e busca santuário no lugar quieto em que os pensamentos são mudados e as falsas crenças postas de lado. Repete a idéia de hoje e pede ajuda para compreenderes o que ela realmente significa. Que estejas disposto a ser ensinado. Fica contenta por ouvir a Voz da verdade e da cura falar contigo e compreenderás as palavras que Ele diz e reconhecerás que Ele te diz as tuas próprias palavras.

Lembra-te sempre que puderes que hoje tens uma meta, um objetivo que faz com que esse dia seja especialmente valioso para ti e para todos os teus irmãos. Não deixes a tua mente esquecer-se dessa meta por muito tempo, mas dize a ti mesmo:

Tudo o que dou é dado a mim mesmo. A ajuda que preciso para aprender que isso é verdadeiro está
comigo agora. E confiarei Nele.

Em seguida, passa um momento em quietude abrindo a tua mente para a Sua correção e o Seu amor.

E o que ouvires Dele, tu acreditarás, pois o que Ele dá será recebido por ti.

125. Em quietude recebo hoje o Verbo de Deus.


Que esse dia seja um dia de serenidade e de silenciosa escuta. Hoje, é Vontade de teu Pai que ouças o Seu Verbo. Ele te chama das profundezas da tua mente onde Ele habita. Ouve-O, hoje. Nenhuma paz é possível até que o seu verbo seja ouvido por todo o mundo, até que a tua mente, escutando silenciosamente, aceite a mensagem que o mundo tem que ouvir para introduzir o quieto tempo da paz.

Esse mundo mudará através de ti. Nenhum outro meio pode salvá-lo, pois o Plano de Deus é simplesmente esse: O Filho de Deus é livre para salvar-se; o Verbo de Deus lhe foi dado para ser o seu Guia, para estar sempre na sua mente e ao seu lado para conduzi-lo com segurança à casa de seu Pai pela sua própria vontade, para sempre tão livre quanto a de Deus.

Ele não é conduzido pela força, mas só pelo amor. Ele não é julgado, apenas santificado.

Em serenidade hoje, ouviremos a Voz de Deus sem a intrusão de nossos pensamentos mesquinhos, sem nossos desejos pessoais e sem qualquer julgamento do Seu santo Verbo. Não nos julgaremos hoje, pois o que somos não pode ser julgado. Estamos à parte de todos os julgamentos que o mundo impôs sobre o Filho de Deus. O mundo não o conhece.

Hoje não escutaremos o mundo, mas esperaremos em silêncio pelo Verbo de Deus.

Ouve, santo Filho de Deus, o teu Pai falar. A Sua Voz quer te dar o Seu Santo Verbo, para espalhar pelo mundo as boas novas da salvação e do tempo santo da paz. Reunimo-nos hoje no trono de Deus, o sereno lugar no interior da mente em que Ele habita para sempre, na santidade que Ele criou e que nunca deixará.

Ele não esperou até que tu Lhe devolvesses a tua mente para te dar o Seu Verbo.

Ele não Se escondeu de ti, enquanto passaste algum tempo vagando longe Dele. Ele não alimenta as ilusões que tu manténs sobre ti mesmo. Ele conhece o Seu Filho e a Sua Vontade é que esse permaneça como parte Dele, a despeito dos seus sonhos, a despeito da loucura de achar que a sua própria vontade não lhe pertence.

Hoje Ele fala contigo. A Sua Voz aguarda o teu silêncio, pois o Seu Verbo não pode ser ouvido enquanto a tua mente não se aquietar por um momento e os teus desejos sem significado não se calarem. Espera pelo Seu Verbo em quietude. Há em ti a paz a ser invocada hoje, para ajudar a aprontar a tua mente mais santa para ouvir a Voz pelo Criador. Três vezes hoje, nos momentos mais adequados para o silêncio, dá dez minutos que estarão à parte do tempo em que escutas o
mundo, e ao invés disso, escolhe escutar gentilmente o Verbo de Deus. Ele te fala de um lugar mais próximo de ti do que o teu coração. A Sua Voz está mais perto do que a tua mão. O Seu Amor é tudo o que tu és e o que Ele é, o mesmo que tu e tu o mesmo que Ele.

É a tua voz que escutas quando Ele te fala. É o teu Verbo que Ele diz. É o Verbo da liberdade e da paz, da unidade da vontade e de propósito, sem nenhuma separação ou divisão na Mente única do Pai e do Filho. Em quietude escuta o teu Ser hoje e deixa-O dizer-te que Deus nunca deixou o Seu Filho e que tu nunca deixaste o teu Ser.

Apenas fica quieto. Não precisarás de nenhuma regra, a não ser essa: deixar que a tua prática de hoje te eleve acima do pensamento do mundo e liberte a tua visão dos olhos do corpo. Apenas aquieta-te e escuta. Tu ouvirás o Verbo no qual a Vontade de Deus Filho se une à Vontade de seu Pai, em unidade com ela, sem ilusões que se interpõem entre o que é totalmente indivisível e verdadeiro. Hoje, à passagem de cada hora, aquieta-te por um momento e lembra a ti mesmo de
que tens um propósito especial para esse dia: receber em quietude o Verbo de Deus.

124. Que eu me lembre que sou um com Deus.


Hoje, damos graças mais uma vez pela nossa Identidade em Deus. A nossa casa está em segurança, a proteção nos é garantida em tudo o que fazemos, o poder e a força estão ao nosso alcance em todos os nossos empreendimentos.

Não podemos falhar em nada. Tudo o que tocamos se reveste de uma luz brilhante que abençoa e cura. Em unidade com Deus e com o universo continuamos o nosso próprio caminho, regozijando-nos com o pensamento de que o próprio Deus vai conosco a toda parte.

Como são santas as nossas mentes! E tudo o que vemos reflete a santidade dentro da mente que está em unidade com Deus e consigo mesma. Como os erros desaparecem com facilidade e a morte dá lugar à vida que dura para sempre. As marcas brilhantes dos nossos passos indicam o caminho para a verdade, pois Deus é o nosso Companheiro enquanto caminhamos pelo mundo ainda um pouco mais.

E aqueles que vêm para nos seguir reconhecerão o caminho, pois a luz que carregamos fica atrás de nós, embora também permaneça conosco à medida que caminhamos. O que recebemos é a nossa dádiva eterna para aqueles que nos seguem, para aqueles que foram antes de nós, ou que viçaram algum tempo conosco. E Deus Que nos ama a todos com amor igual, aquele no qual fomos criados, sorri para nós e nos oferece a felicidade que demos.

Hoje, não duvidaremos do Seu Amor por nós, nem questionaremos a Sua proteção e o Seu cuidado.

Nenhuma ansiedade sem significado pode vir para interferir na nossa fé e na nossa consciência da Sua Presença. Somos um com Ele, hoje, em reconhecimento e lembrança. Nos O sentimos em nossos corações. Nossas mentes contêm os Seus pensamentos, nossos olhos contemplam a Sua beleza em tudo o que olhamos. Hoje, vemos apenas o que é amoroso e amável.

Vemos isso nas aparências da dor e a dor dá lugar à paz. Vemos isso nos frenéticos, nos tristes e nos aflitos, nos solitários e nos medrosos que são restaurados à tranqüilidade e à paz da mente na qual foram criados. É o que vemos nos moribundos e nos mortos também, restaurando-os à vida. Vemos tudo isso porque o vimos primeiro dentro de nós mesmos.

Nenhum milagre jamais pode ser negado àqueles que sabem que são um com Deus.

Nenhum dos seus pensamentos deixa de ter o poder de curar todas as formas de sofrimento em qualquer pessoa, nos tempos que já passaram e nos tempos que ainda estão por vir, com a mesma facilidade com que curam aqueles que atualmente caminham ao seu lado.

Os seus pensamentos são intemporais e estão à parte da distância e à parte do tempo.

Nós nos unimos nesta consciência ao dizermos que somos um com Deus. Pois, nestas palavras, também estamos dizendo que estamos salvos e curados e como conseqüência podemos salvar e curar.

Aceitamos e agora queremos dar. A razão disso é querermos conservar as dádivas que nosso Pai nos deu. Hoje queremos vivenciar a nós mesmos em unidade com Ele para que o mundo possa compartilhar o nosso reconhecimento da realidade. Em nossa experiência, o mundo é libertado. Ao negarmos a nossa separação do nosso Pai, o mundo é curado junto conosco.

Que a paz esteja contigo hoje; assegura a tua paz praticando a consciência de que és um com o teu Criador, assim como Ele é um contigo. Em algum momento, hoje, quando te parecer melhor, dedica meia-hora ao pensamento de que és um com Deus. Essa é a nossa primeira tentativa de empreender um período prolongado de prática para o qual não damos regras nem palavras especiais para guiar a tua meditação. Confiaremos que, hoje, a Voz de Deus falará assim como Ele achar melhor, certos de que Ele não falhará. Permanece com ele durante essa meia hora. Ele fará o resto.

O teu benefício não será menor se acreditares que nada acontece. Podes não estar pronto para aceitar o que ganhaste no dia de hoje. Entretanto, em algum momento, em algum lugar, isso virá a ti e não deixarás de reconhecê-lo quando despontar com certeza na tua mente. Essa meia-hora será emoldurada em ouro e cada minuto será como um diamante cravado em volta do espelho que esse exercício te oferecerá. E nele verás a face de Cristo refletindo a tua.

Talvez hoje, talvez amanhã, verás a tua própria transfiguração no vidro que essa santa meia-hora te oferecerá para que contemples a ti mesmo. Quando estiveres pronto, o acharás lá dentro da tua mente, esperando para ser achado. Então, lembrarás o pensamento ao qual deste essa meia-hora e estarás ciente, com gratidão, de que nunca o tempo foi melhor aproveitado.

Talvez hoje, talvez amanhã, olharás para esse vidro e entenderás que a luz sem pecado que vês pertence a ti, que a beleza que contemplas é a tua própria. Conta essa meia-hora como uma dádiva tua para Deus, na certeza de que o que Ele devolverá será um senso de amor que não podes entender, uma alegria por demais profunda para a tua compreensão, uma vista por demais santa para que os olhos do corpo a vejam. Entretanto, podes ter certeza de que algum dia, talvez hoje,
talvez amanhã, tu entenderás, compreenderás e verás.

Adiciona outras jóias à moldura dourada que enquadra o espelho que te é oferecido hoje, repetindo para ti mesmo a cada hora:

Que eu me lembre que sou um com Deus, em unidade com todos os meus irmãos e com o meu Ser, na
santidade e na paz que duram para sempre.

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