sexta-feira, 3 de setembro de 2010

130. É impossível ver dois mundos.


A percepção é consistente. O que vês reflete o teu pensamento. E o teu pensamento apenas reflete a tua escolha do que queres ver. Os teus valores são determinantes disso, pois não podes deixar de querer ver o que valorizas, acreditando que o que vês existe realmente. Ninguém pode ver um mundo ao qual a sua mente não tenha dado valor. E ninguém pode falhar em contemplar aquilo que acredita querer.

Mas quem pode realmente odiar e amar ao mesmo tempo? Quem pode desejar o que não quer que tenha realidade? E quem pode escolher ver um mundo do qual tenha medo? O medo necessariamente cega, pois essa é a sua arma: aquilo que tens medo de ver, tu não podes ver. Assim o amor e a percepção vão de mãos dadas, mas o medo obscurece o que existe com a escuridão.

Assim sendo, o que pode o medo projetar sobre o mundo? O que pode ser visto na escuridão que seja real? A verdade é eclipsada pelo medo e o que permanece é apenas imaginado.

Mas o que pode ser real nas cegas imaginações nascidas do pânico? O que poderias querer para que isso te seja mostrado? O que poderias desejar conservar em tal sonho?

O medo tem feito tudo o que pensas ver. Toda separação, todas as distinções e a multidão de diferenças que fazem o mundo segundo as tuas crenças. Elas não existem. O inimigo do amor as inventou. Mas o amor não pode ter nenhum inimigo e assim, elas não têm causa, não são nada, nem tem conseqüência. Podem ser valorizadas, mas permanecem irreais. Podem ser buscadas, mas não podem ser achadas.

Hoje não as buscaremos, nem desperdiçaremos esse dia em busca do que não pode ser achado.

É impossível ver dois mundos que não coincidem de modo algum. Busca um deles, o outro desaparece. Mas um permanece. Eles constituem o raio de escolha, além do qual a tua decisão não pode ir. Só há o real e o irreal entre os quais escolher e nada mais.

Hoje tentaremos não fazer transigências onde nenhuma é possível. O mundo que vês é uma prova de que já fizeste uma escolha tão abrangente quanto o seu oposto. O que queremos aprender hoje é mais do que apenas a lição de que não podes ver dois mundos. Ela também ensina que o mundo que vês é bastante consistente do ponto de vista do qual o vês. Todo ele é uma peça única, pois brota de uma única emoção e reflete a sua fonte em tudo o que vês.

Hoje, por seis vezes, em agradecimento e gratidão, damos com contentamento cinco minutos ao pensamento que põe fim a toda transigência e toda dúvida e vamos além de todas elas como se fossem uma só. Não faremos mil distinções sem significado, nem tentaremos trazer conosco uma pequena parte da irrealidade ao dedicarmos as nossas mentes a achar apenas o que é real.

Dá início à tua busca do outro mundo pedindo uma força além da tua e reconhecendo o que é que buscas. Não queres ilusões. E vens para estes cinco minutos esvaziando as tuas mãos de todos os tesouros mesquinhos desse mundo. Tu esperas que Deus te ajude, ao dizeres:

É impossível ver dois mundos. Que eu aceite a força que Deus me oferece e não veja nenhum valor nesse mundo para que eu possa achar a minha liberdade e liberação.

E Deus estará presente. Pois invocaste o grande Poder infalível Que dará esse passo gigantesco contigo em gratidão. E não falharás em ver os Seus agradecimentos expressos em tangível percepção e verdade. Não duvidarás daquilo que contemplares, pois embora seja percepção, não é do tipo que os teus olhos jamais tenham visto antes por si mesmos. E saberás que a força de Deus te amparou quando fizeste esta escolha.

Hoje descarta a tentação com facilidade toda vez que ela surgir simplesmente lembrando-te dos limites da tua escolha. O irreal ou o real, o falso ou o verdadeiro, é o que vês e só o que vês.

A percepção é consistente com a tua escolha e o inferno ou o Céu vem a ti em unidade com ela.

Aceita uma pequena parte do inferno como real e terás condenado os teus olhos e amaldiçoado a tua vista e o que contemplarás é de fato o inferno. Mas a liberação do Céu ainda permanece dentro do teu raio de escolha, para tomar o lugar de tudo o que o inferno quer te mostrar.

Tudo o que precisas dizer a qualquer parte do inferno, seja qual for a forma que tome, é simplesmente isso:

É impossível ver dois mundos. Busco a minha liberdade e liberação, e isso não faz parte do que eu quero.

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